Marrocos é um país árabe cuja população é maioritariamente muçulmana (mais de 90%). A diferença entre os termos árabe e muçulmano é que o primeiro geralmente se refere à língua oficial e à etnia dos habitantes de um país, enquanto o segundo é um conceito religioso. Confundir árabes com muçulmanos, portanto, é um erro. Ainda mais porque existem árabes que não são muçulmanos e muçulmanos que não são árabes. Todavia a realidade marroquina é de um país onde se professa maioritariamente a religião islâmica (ou muçulmana). Estes factos não devem contudo dar lugar a ideias pré-concebidas e a trocadilhos americanizados do tipo “eixo do mal” sobre o país, assentes muitas vezes no desconhecimento, e em alguma ignorância diga-se, sobre a realidade do país.
Marrocos é, dentro do contexto magrebino (designa-se por Magrebe uma região do norte de África que congrega 6 países), um país politicamente estável e relativamente alheado das questões de tensão que ocorrem no Próximo e Médio Oriente. É todavia importante, quando se viaja por Marrocos, estar sensibilizado para algumas questões de segurança e salvaguarda pessoais.
É recomendável seguir alguns procedimentos que evitarão transtornos de maior. Note-se que as advertências que se seguem, em abono da verdade, podem e devem ser consideradas em qualquer outro país, mesmo em contexto Europeu… por exemplo em Lisboa.
É de evitar a participação em manifestações de rua. O pequeno roubo é frequente nas zonas frequentadas por turistas, recomendando-se discrição no porte de bens de valor. É aconselhável o depósito de objectos de valor e documentos no cofre das recepções dos hotéis.
Para os que viajam de carro, como nós que viajamos em expedição 4x4, é de salientar a elevada sinistralidade das estradas marroquinas. O desrespeito das regras de segurança rodoviária por condutores e peões, o trânsito intenso e o parque automóvel envelhecido recomendam uma enorme prudência durante a condução. Sobre a condução nas pistas escreveremos mais tarde…
Nas visitas às medinas e mercados tradicionais, particularmente em Fez, Marraquexe e Meknés, é aconselhável contratar a companhia de um guia oficial devidamente credenciado. Os serviços de guia podem, com facilidade, ser solicitados nas recepções dos principais hotéis das cidades.
No que se refere à venda e ao consumo de drogas, todas as práticas relacionadas são severamente punidas pelas autoridades marroquinas. As penas por consumo podem alcançar os cinco anos de prisão e as de tráfico vão dos cinco aos trinta anos. As forças policiais procedem a rigorosas inspecções, quer nos postos de fronteira do Norte do país, quer no decurso de operações de controlo nas estradas, em especial aquelas que ligam a região do Rif (região montanhosa no norte de Marrocos) com os postos fronteiriços. Também a Guarda Civil espanhola, aquando da reentrada de pessoas e veículos em território espanhol, procede a rigorosos controlos, com recurso a cães-pisteiros, sendo totalmente desaconselhado qualquer contacto com drogas durante toda a viagem.
Contudo, a maior recomendação que se pode dar a quem viajará por Marrocos é o cumprimento da mais simples das regras civilizacionais: o bom senso. Uma boa dose de bom senso e um espírito aberto chegam e sobram para que tudo ocorra da melhor forma...