Quando conduzimos um Defender seja num trânsito intenso de cidade, numa planície com horizonte longínquo, nas escarpas íngremes de uma serra ou no arvoredo denso duma floresta e conseguimos estabelecer uma comunicação com todos os intervenientes no meio que rodeia a nossa marcha, estamos imbuídos do "Espírito Defender".
A mensagem inicial que encontramos no sítio Espírito Defender, espaço de construção simples mas demonstrativo do fascínio que o autor sente por aquele que é, porventura, o modelo mais mítico da também mítica marca de Solihull (Land Rover), é de certa forma inspirador. Barros, autor do sítio, partilha conteúdos produzidos durante as actividades que realiza, grande parte delas realizadas ao volante do seu Land Rover Defender. Pela forma aberta e despretensiosa como são partilhadas as vivências de viajante do autor (principalmente através da fotografia e do vídeo), vale a pena visitar este sítio.
Consulte aqui o interessante (e rico de conteúdos) canal do autor no You Tube
Fotografia: De Nouakchot a Cape Tafarit, Mauritânia (Barros, 2010)
Margarida Martins, presidente da Associação Abraço, tem percorrido o território marroquino, com a sua máquina fotográfica, para captar em imagem os aromas visuais repletos de luz e de cor. As gentes, as tradições, a arquitectura – tem sido tudo apreendido e fotografado pela sua sensibilidade e percepção, desde já há algum tempo até ao momento presente. O fruto é um livro: “Escrita de Luz - Ponte de Afectos”.
Este livro reúne imagens recolhidas por Margarida Martins, em viagens a Marrocos, acompanhadas por testemunhos de individualidades portuguesas e marroquinas. A cerimónia de lançamento decorreu no dia 1 de Dezembro, Dia Mundial da Luta contra a Sida. As receitas da venda deste livro revertem a favor do programa ABC - Ser Criança.
Rui Rasquilho, historiador:
Séculos de comércio, de algumas guerras. De inúmeros afectos.
Os Algarves daquém e dalém mar de D. João I continuaram o longo tempo islâmico da civilização árabe muçulmana no território que viria a ser Portugal.
A cruz e o crescente entrelaçaram-se frequentemente, quer na península quer no magrebe, em nós de sangue.
Hoje são dois lados de fascínio, duas culturas que se entreolham, guardando-se para melhor exercer a curiosidade e a paixão dos afectos.
Marrocos é hoje um reino constitucional atlântico no limite mediterrânico, uma nação islâmica aberta ao mundo, habituada a ser um cruzamento civilizacional.
Marrocos é para Portugal uma memória em patamares de mitos e fantasias.
Passa-se o estreito e para alguns talvez D. Sebastião venha à memória ao olhar de frente os descendentes que nos deram derrota. Para outros há muralhas de fortes e castelos, símbolos materiais de vitórias anteriores.
Para a maioria será o fascínio da diferença que conduzirá ao encontro com os herdeiros dos mouros ibéricos.
Valem então os rostos e os gestos. A curiosidade do outro vinda de parte a parte.
A cor das medinas a robustez das casbás, espaços repletos de gente que desceu das montanhas e atravessou desertos surge para os que atravessam o estreito vindos do norte como uma memória longínqua, um prazer insuspeito.
Percorrer Marrocos é uma experiência única, mas depende sempre do olhar do viajante. Cada um de nós construirá a magia e recriará a memória.
Do prefácio, por Maria de Jesus Barroso Soares:
É imensamente agradável folhear este livro, demorando os nossos olhos nas belas imagens que ele nos oferece. As emoções que experimentamos ao visitar o maravilhoso país que é Marrocos reacenderam-se ao pousarmos o nosso olhar sobre estas páginas. Vêm-nos à memória os percursos que fizemos por Casablanca, por Fez, por Azemor ou Mazagão, por entre muralhas, por entre templos ou até ruínas, mas todos envoltos num véu de luz, quente e intenso, acentuando as cores e os recortes e desenhos neles inscritos (…).