O Jornal de Coruche, mensário das terras do Sorraia, passa a ser, desde hoje, o parceiro de imprensa para a iniciativa “aventura Marrocos, expedição 4x4”. O Director, José António Martins, aceitou a proposta de parceria no primeiro momento. Saudamos o seu interesse imediato em apoiar esta iniciativa local e esperamos, porque não, que venha a ser um dos aventureiros.
A adesão de O Jornal de Coruche à iniciativa promete dar frutos na promoção da expedição junto dos leitores do mensário e auxiliar no alcance dos objectivos primeiros do evento, que a breve trecho serão revelados.
Margarida Martins, presidente da Associação Abraço, tem percorrido o território marroquino, com a sua máquina fotográfica, para captar em imagem os aromas visuais repletos de luz e de cor. As gentes, as tradições, a arquitectura – tem sido tudo apreendido e fotografado pela sua sensibilidade e percepção, desde já há algum tempo até ao momento presente. O fruto é um livro: “Escrita de Luz - Ponte de Afectos”.
Este livro reúne imagens recolhidas por Margarida Martins, em viagens a Marrocos, acompanhadas por testemunhos de individualidades portuguesas e marroquinas. A cerimónia de lançamento decorreu no dia 1 de Dezembro, Dia Mundial da Luta contra a Sida. As receitas da venda deste livro revertem a favor do programa ABC - Ser Criança.
Rui Rasquilho, historiador:
Séculos de comércio, de algumas guerras. De inúmeros afectos.
Os Algarves daquém e dalém mar de D. João I continuaram o longo tempo islâmico da civilização árabe muçulmana no território que viria a ser Portugal.
A cruz e o crescente entrelaçaram-se frequentemente, quer na península quer no magrebe, em nós de sangue.
Hoje são dois lados de fascínio, duas culturas que se entreolham, guardando-se para melhor exercer a curiosidade e a paixão dos afectos.
Marrocos é hoje um reino constitucional atlântico no limite mediterrânico, uma nação islâmica aberta ao mundo, habituada a ser um cruzamento civilizacional.
Marrocos é para Portugal uma memória em patamares de mitos e fantasias.
Passa-se o estreito e para alguns talvez D. Sebastião venha à memória ao olhar de frente os descendentes que nos deram derrota. Para outros há muralhas de fortes e castelos, símbolos materiais de vitórias anteriores.
Para a maioria será o fascínio da diferença que conduzirá ao encontro com os herdeiros dos mouros ibéricos.
Valem então os rostos e os gestos. A curiosidade do outro vinda de parte a parte.
A cor das medinas a robustez das casbás, espaços repletos de gente que desceu das montanhas e atravessou desertos surge para os que atravessam o estreito vindos do norte como uma memória longínqua, um prazer insuspeito.
Percorrer Marrocos é uma experiência única, mas depende sempre do olhar do viajante. Cada um de nós construirá a magia e recriará a memória.
Do prefácio, por Maria de Jesus Barroso Soares:
É imensamente agradável folhear este livro, demorando os nossos olhos nas belas imagens que ele nos oferece. As emoções que experimentamos ao visitar o maravilhoso país que é Marrocos reacenderam-se ao pousarmos o nosso olhar sobre estas páginas. Vêm-nos à memória os percursos que fizemos por Casablanca, por Fez, por Azemor ou Mazagão, por entre muralhas, por entre templos ou até ruínas, mas todos envoltos num véu de luz, quente e intenso, acentuando as cores e os recortes e desenhos neles inscritos (…).
O rali todo-o-terreno Africa Race arranca amanhã, terça-feira, pela primeira vez desde Portimão, apenas com Elisabete Jacinto a defender as cores portugueses e num percurso que liga a cidade algarvia a Dacar, através do deserto africano.
A segunda edição da prova, que foi idealizada pelos "veteranos" Hubert Auriol, René Metge e Jean-Louis Schlesser e rivaliza com o mítico Dakar, vai contar com 44 concorrentes, tendo hoje 37 cumprido as verificações técnicas, os restantes sete irão cumprir os procedimentos técnicos e administrativos já em Marrocos.
Sem representantes portugueses nos automóveis, Elisabete Jacinto vai tentar a sua sorte nos camiões, na companhia do navegador Álvaro Velhinho e do mecânico Marco Cochinho, trocando pela primeira vez o Dakar pela Africa Race.
"Vou ter pela frente uma prova muito mais longa, dura e difícil. O percurso vai ser o nosso principal adversário. Vou ter muitos obstáculos para ultrapassar, como toda a gente, mas parto muito entusiasmada e convencida de que posso lutar por uma das três primeiras posições", afirmou a piloto de 45 anos.
O gaulês Jean-Louis Schlesser, vencedor do ano passado e primeiro no Paris-Dakar em 1999 e 2000, apresenta-se mesmo como um dos principais favoritos ao triunfo nos automóveis, enquanto nos camiões o holandês Jan de Rooy, também campeão do Dakar (1987), é a maior figura.
Sem especial no Algarve, e após o "shakedown" de domingo na marina de Portimão, hoje foram realizadas as habituais verificações técnicas e administrativas, antes da partida para Nador, em Marrocos.
A prova, que termina a 10 de Janeiro de 2010, vai percorrer em Marrocos, Mauritânia e Senegal um total de 12 etapas e 6200 quilómetros, 4000 dos quais serão cronometrados.
O percurso africano da prova, que integra os calendários internacionais das federações francesas de motociclismo (FFM) e de desporto automóvel (FFSA), começa precisamente três dias antes de ter início o Rali Dakar 2010, que volta a disputar-se na Argentina e no Chile.